21 novembro, 2012

Viajar


“Viajar é encontrar aquilo que não se procura”

Qual a essência da viagem?
O que é que nos faz querer sempre partir? O que há na incerteza do caminho que desperte tanto esta necessidade de fuga?

Por estes dias, tomo a certeza do quanto vale a pena sair, independentemente de para onde vou.
A viagem é o caminho!.. e esse não importa quão distante fica. Quantos fusos horários se cruza, quão diferentes são as feições de que nos olha na rua ou quão distinta é a sua cultura ou religião. Não importa se atravessamos montanhas altas, lagos ou desertos inóspitos e distantes, ou se simplesmente calcorreamos – com os sentidos de quem viaja! – as ruas da aldeia vizinha.

A essência da viagem está no encontro!
Na porta que se abre para nos acolher. No almoço oferecido inesperadamente. No aceno à nossa passagem ou no ‘bom dia’ trocado na rua. No convite. Na generosidade e simplicidade de quem tem como único interesse, a comunhão de ukm pouco de si e dos outros.

Viajar é um apelo aos sentidos. É cor e som. Cheiros, sensações e paladares… é o sopro do vento na face. O silêncio da imensidão no alto da serra. A luz do fim do sai na praia. O perfume da terra ou o sabor do desconhecido.
Viaja-se receptivo. Com a alma e os sentidos despertos. Vazio… tao leve quanto a mochila que se quer cheia apenas no regresso. De braços abertos. Com vontade de tudo abraçar. De se perder e apaixonar. Aceitar o incerto e se deixar surpreender… de buscar o acaso.
Viajar é um fim em si mesmo. Não importa onde… o destino nada tem a ver com a viagem.

Se por ventura havia partido com as incertezas de uma viagem pelo próprio país e do sentido da mesma, hoje confirmo que o importante é IR!.. visitar que nunca se viu. Encontrar amigos alheios e abraçar os com que há muito não cruzávamos. É expandir a nossa ‘geografia das amizades’... é encontrar o que não se procura!

É no olhar embargado da despedida, que encontro a justificação para partir!.. e voltar…

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