“Viajar é encontrar aquilo que não se
procura”
Qual
a essência da viagem?
O
que é que nos faz querer sempre partir? O que há na incerteza do caminho que
desperte tanto esta necessidade de fuga?
Por estes
dias, tomo a certeza do quanto vale a pena sair, independentemente de para onde
vou.
A viagem
é o caminho!.. e esse não importa quão distante fica. Quantos fusos horários se
cruza, quão diferentes são as feições de que nos olha na rua ou quão distinta é
a sua cultura ou religião. Não importa se atravessamos montanhas altas, lagos
ou desertos inóspitos e distantes, ou se simplesmente calcorreamos – com os
sentidos de quem viaja! – as ruas da aldeia vizinha.
A essência
da viagem está no encontro!
Na porta
que se abre para nos acolher. No almoço oferecido inesperadamente. No aceno à
nossa passagem ou no ‘bom dia’ trocado na rua. No convite. Na generosidade e
simplicidade de quem tem como único interesse, a comunhão de ukm pouco de si e
dos outros.
Viajar
é um apelo aos sentidos. É cor e som. Cheiros, sensações e paladares… é o sopro
do vento na face. O silêncio da imensidão no alto da serra. A luz do fim do sai
na praia. O perfume da terra ou o sabor do desconhecido.
Viaja-se
receptivo. Com a alma e os sentidos despertos. Vazio… tao leve quanto a mochila
que se quer cheia apenas no regresso. De braços abertos. Com vontade de tudo
abraçar. De se perder e apaixonar. Aceitar o incerto e se deixar surpreender…
de buscar o acaso.
Viajar
é um fim em si mesmo. Não importa onde… o destino nada tem a ver com a viagem.
Se por
ventura havia partido com as incertezas de uma viagem pelo próprio país e do
sentido da mesma, hoje confirmo que o importante é IR!.. visitar que nunca se
viu. Encontrar amigos alheios e abraçar os com que há muito não cruzávamos. É expandir
a nossa ‘geografia das amizades’... é
encontrar o que não se procura!
É no
olhar embargado da despedida, que encontro a justificação para partir!.. e
voltar…
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