Sabia que Liev Tolstói faleceu numa estação ferroviária?
No final da sua vida, Tolstoi – autor de clássicos de renome como Guerra e Paz ou Anna Karenina – é um homem ‘convertido’ à simplicidade dos camponeses – contrariando a esposa e os filhos, que lhe reivindicam os luxos a que sempre se habituaram.
Cansado da vida faustosa e sem
sentido, resoluto, foge por fim de casa aos 82 anos de idade, abandonando a família
e a vida em que não mais acreditava.
Foge de comboio. Com sucesso. Contudo,
consequência da sua preferência por viajar em carruagens de terceira classe – fustigadas
pelo frio e pela fuligem – o já debilitado escritor contrai uma pneumonia que rapidamente
se agrava.
Por injunção de uma filha e do médico, detém-se na remota estação de Astapovo, onde o chefe da estação o acolhe em sua casa, mudando-se ele mesmo, para que Tolstói e a sua ‘comitiva’ melhor se acomodassem.
Entretanto,
a ausência de pousadas ou outro tipo de acomodação em Astapovo, obriga à vinda
de carruagens-cama para albergar os familiares, médicos, agentes secretos
enviados pelo governo, sacerdotes e todo um batalhão de repórteres.
As transmissões
por telégrafo eram tantas que foram necessários mais equipamentos e operadores
na estação.
O comboio fúnebre que transporta o
seu corpo de regresso a São Petersburgo é recebido por camponeses e operários
que vivem próximos às suas propriedade.
A urna é seguida por uma multidão de
3 a 4 mil pessoas e o número teria sido ainda maior, se o governo de São Petersburgo
não tivesse proibido a vinda de comboios especiais desde Moscovo.
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